Com o avanço da busca pela excelência estética, a percepção e a exigência dos indivíduos têm influenciado significativamente a indústria cosmética.
Dentre as opções para tratamento de dentes com alterações de cor, o clareamento dentário vem se tornando uma alternativa viável e minimamente invasiva.
A busca por tratamentos clareadores tem se tornado constante no dia a dia da clínica odontológica, influenciada por diversos motivos, desde a descoloração de um único dente até um grupo de dentes que interferem negativamente na harmonia do sorriso.
A cor dos elementos dentários representa o fator isolado mais importante na harmonia facial, tornando o desejo de ter dentes brancos e um sorriso mais agradável uma importante necessidade estética, seja por motivos pessoais ou exigências do trabalho.
O presente artigo tem como objetivo abordar a escala de cor utilizada, e explicar de forma simples e objetiva as três principais formas de clareamento dentário, e os pros e contras de cada opção de tratamento.
Sumário de conteúdo
Escalas de cor utilizadas no clareamento dentário
Existem vários métodos para determinar a cor dos dentes e avaliar as mudanças de cor que ocorrem durante tratamentos de clareamento dentário.
Durante a consulta inicial, o dentista geralmente faz uma avaliação visual do sorriso do paciente, levando em consideração a cor dos dentes, o formato e o alinhamento.
A partir daí, é possível escolher uma cor base para o tratamento, que pode variar de acordo com os objetivos e as expectativas do paciente.
Um dos métodos mais utilizados é a escala de cores padrão, como a escala Vitapan Classical, que compara a cor tabulada na escala com o terço médio da face vestibular dos dentes.
Essa escala apresenta 16 opções de cores distribuídas em quatro matizes (A, B, C e D), organizadas em uma escala decrescente de valor (luminosidade), ou seja, quanto maior o valor, mais clara será a cor.
No entanto, a subjetividade e outros fatores, como experiência clínica do examinador, fadiga do olho humano e decoração do ambiente, podem afetar o diagnóstico da cor quando se utiliza uma escala de cores.
Por isso, é importante controlar e uniformizar esses aspectos, além de fornecer um bom treinamento ao examinador para aperfeiçoar a habilidade e confiabilidade da classificação da cor dentária.
Atualmente, sistemas digitais como espectrofotômetros, calorímetros e câmeras digitais têm sido utilizados para registrar a cor dos dentes.
Entre os espectrofotômetros disponíveis no mercado, destaca-se o Vita Easyshade, que utiliza dois parâmetros para classificar a cor dos dentes: um correspondente ao padrão de tabulação das cores na escala Vita, e outro que classifica a cor em um espaço tridimensional, seguindo os parâmetros do sistema CIELab*.
É importante lembrar que a escolha da escala de cor e a avaliação do grau de clareamento são apenas uma das etapas do clareamento dental e devem ser realizadas por um profissional qualificado e experiente.
Método de clareamento dentário em consultório
O método de clareamento dentário em consultório é um procedimento realizado por um dentista em seu consultório odontológico para clarear os dentes.
Geralmente, esse método utiliza um gel clareador de peróxido de hidrogênio ou carbamida, que é aplicado diretamente nos dentes pelo profissional e ativado por uma fonte de luz especial.
O gel contém peróxido de hidrogênio com concentração entre 30% a 38% ou carbamida entre 35% e 37%, que age removendo as manchas e pigmentos que escurecem os dentes.
Esse processo pode ser feito em uma ou mais sessões, dependendo do grau de clareamento necessário. O clareamento dental em consultório é uma opção mais rápida e eficaz do que o clareamento caseiro, e é recomendado para casos mais difíceis de manchas dentárias.
No entanto, é importante lembrar que este método pode ser mais caro do que o clareamento caseiro e pode causar sensibilidade nos dentes em alguns casos.
É fundamental que o procedimento seja realizado por um profissional qualificado e que o paciente siga as orientações do dentista para cuidar dos dentes após o procedimento.
Prós:
- Resultados imediatos;
- Acompanhamento profissional;
- Uso de substâncias com concentrações mais altas de peróxido de hidrogênio;
- Redução dos riscos de sensibilidade dentária.
Contras:
- Mais caro do que o clareamento caseiro;
- Procedimento invasivo que pode causar desconforto ou dor;
- Pode aumentar o risco de irritação gengival;
- Possíveis efeitos colaterais indesejáveis.
Método de clareamento dentário caseiro supervisionado
O clareamento caseiro supervisionado é realizado com o uso de moldeiras personalizadas, produzida a partir de uma impressão da arcada dentária do paciente.
O tratamento é feito casa por um determinado período de tempo, geralmente algumas horas por dia, durante algumas semanas.
O gel clareador possui o peróxido de carbamida nas concentrações de 5% a 20% ou o peróxido de hidrogênio, de 6% a 9,5%. é colocado nas moldeiras e o paciente as encaixa nos dentes.
O dentista supervisiona todo o processo e ajusta a concentração do gel clareador de acordo com a necessidade do paciente.
Prós:
- Mais acessível financeiramente do que o clareamento em consultório;
- Resultados visíveis ao longo do tempo;
- Uso de substâncias com concentrações menores de peróxido de hidrogênio;
- Menos invasivo e mais confortável do que o clareamento em consultório.
Contras:
- Pode levar mais tempo para obter resultados desejados;
- Acompanhamento profissional pode aumentar o custo;
- Requer comprometimento do paciente em seguir as instruções corretamente;
- Pode causar sensibilidade dentária ou irritação gengival se utilizado de forma inadequada.
Método de clareamento dentário com produtos (OTC)
Método de clareamento dentário com produtos OTC (Over-The-Counter) é uma forma de clareamento dentário que utiliza produtos que podem ser adquiridos sem prescrição médica ou odontológica, como géis, cremes dentais ou fitas branqueadoras.
Esses produtos geralmente contêm peróxido de hidrogênio ou carbamida em concentrações mais baixas do que os produtos usados em consultórios odontológicos, e são aplicados em casa pelo próprio paciente, seguindo as instruções do fabricante.
O método de clareamento dentário com produtos (OTC) pode ser uma opção mais acessível e conveniente para pessoas que desejam clarear os dentes, mas não querem ou não têm condições de pagar pelo tratamento em consultório. No entanto, é importante estar ciente dos prós e contras desse método.
Prós:
- Mais acessível financeiramente;
- Mais conveniente, pois pode ser realizado em casa;
- Opção para pessoas com dentes sensíveis, já que a concentração de peróxido de hidrogênio ou carbamida é menor do que a utilizada no clareamento em consultório.
Contras:
- Menor eficácia em comparação ao outros tratamentos de clareamento dentário;
- Pode causar irritação nas gengivas, sensibilidade nos dentes e outros efeitos colaterais se não for utilizado corretamente;
- O resultado pode variar de pessoa para pessoa e não ser tão satisfatório quanto o clareamento em consultório.
Conclusão sobre o clareamento dentário
Antes de escolher o método de clareamento dentário, é importante realizar uma avaliação com o dentista para verificar se o paciente está apto a realizar o procedimento e qual é o método mais indicado para o seu caso.
O dentista também poderá orientar sobre os cuidados necessários durante e após o tratamento, como evitar alimentos e bebidas pigmentados e realizar uma boa higiene bucal.
Outro ponto importante, é lembrar que o clareamento dentário não é recomendado para pessoas com cáries, doenças gengivais ou sensibilidade nos dentes, pois pode agravar esses problemas. O clareamento também não é indicado para gestantes e lactantes.
Em resumo, existem vários métodos de clareamento dentário, cada um com suas particularidades.
O clareamento em consultório é mais rápido e eficiente, mas pode causar desconforto e sensibilidade nos dentes. O clareamento caseiro supervisionado é mais barato e pode ser realizado em casa, mas é necessário um acompanhamento do dentista.
Já o clareamento com produtos de venda livre é mais acessível, mas é menos eficiente e pode levar mais tempo para obter um resultado satisfatório.
Referências
ILVA, Adriana Fernandes da; LUND, Rafael Guerra. Dentística restauradora: do planejamento à execução. Rio de Janeiro: Santos, 2016.
ORTOLANI, Cristina Lúcia Feijó; GIACOMIN, Angela. Fundamentos para assistência odontológica II. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.